Esta semana fiz uma postagem sobre nosso querido mestre, Piet Schoenmaker, em minhas redes sociais e tive um retorno impressionante! É incrível o carinho e admiração que as pessoas têm por este ícone, que ficou conhecido como garoto-propaganda da Expoflora!
Anos atrás, tive a oportunidade de entrevista-lo e conhecer um pouquinho mais de sua história. E, para minha surpresa, descobri que não foi ele quem criou o grupo de danças em Holambra! Na verdade, este grupo já existia desde antes de sua chegada ao Brasil, em 1958.
Ex-aluno de dança de salão, logo foi escolhido para lecionar. O combinado com o grupo foi de que, se todos aparecessem no próximo domingo, ele aceitaria o desafio! E assim foi! Todos compareceram! Já no começo da década de 1980, a pedido da comunidade, o grupo fez sua primeira apresentação pública, num evento local. Só depois disso, é que eles começaram a se apresentar na Expoflora.
A dança se tornou um orgulho para os moradores de Holambra e, cada vez mais, novas pessoas se interessavam em participar – inclusive brasileiros! Alguns anos depois, Piet recebeu um pedido inusitado: Helena Lobo quis que seu filho de dez anos fosse dançar! Contanto que ela conseguisse formar um grupo com, no mínimo uma dezena de pares, o desafio seria aceito. E não deu outra: 24 crianças se juntaram para formar o primeiro grupo infantil.
Desde então, ano após ano, um novo grupo é formado. Cada um recebe o nome de uma flor, e segue evoluindo na dança. No quarto ano, os alunos aprendem a dançar uma polka, chamada “Hopsa”, lançando o desafio dos casais dançarem juntos. Somente a partir do sexto ano, quando os jovens possuem entre 14 e 15 anos, é que elas aprendem a dançar a valsa.
Em 2008, a Cia de Danças registrou um recorde: 320 alunos, pertencentes a dez grupos, somavam um incrível repertório composto por mais de 190 músicas diferentes! Um marco, não somente para a carreira deste holandês, mas para todos que, algum dia, já fizeram parte desta história! Até mesmo a Família Real dos Países Baixos ficou impressionada com a quantidade de jovens dançarinos que nós temos aqui, em sua visita a Holambra em 2003.
Piet sempre foi apaixonado pela dança, que se refletia no brilho de seus olhos e em seu simpático sorriso. Ele sempre acreditou na dança como um meio pelo qual jovens e crianças aprendem a conviver em grupo, se expressar e a respeitar o próximo. Ele achava que as danças tinham trazido muitos benefícios à comunidade durante todos estes anos. Com o avanço da idade, Piet passou seu cargo para outras pessoas, mas não se desligou de sua grande paixão. Passou a comandar o Instituto Dança Viva, que se dedica às danças circulares de todo o mundo.
Como sempre dizia, “A dança é uma manifestação cultural do povo, feita pelo povo, para o povo”. Não é estática – está sempre em evolução. Quem não se lembra do Boonopsteker, ou “carregador de feijão”? Durante a dança, os jovens, de mãos dadas, caminham em direção ao centro do círculo, levantando suas mãos, simbolizando a entrega dos frutos da terra aos céus. Talvez eles não se deem conta deste significado, mas, a energia depositada, é contagiante.
Piet faleceu aos 75 anos, em 11 de janeiro de 2020, deixando um enorme legado à nossa cidade e uma saudade imensa em nossos corações.
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Ivonne
Antes de mais nada, apaixonada por Holambra! Mas também moradora, turismóloga & empresária.
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